[Resenha dupla] Ação Magazine!

Mudando um pouco as coisas, eu Mancha e meu colega AndreiRated decidimos fazer uma resenha dupla já que é um assunto que muito nos interessou. Dividiremos a baixo nossas opiniões e comentem o que acharam.

A Ação Magazine é muito baseada na Shonen Jump japonesa, chama quadrinistas para escrever histórias estilo mangá, mas nada de sentido oriental de leitura. Lançada pela Editora Lancaster em meados de setembro, só chegou nas bancas locais agora, em dezembro. E quem acompanhou o festival do japão, conseguiu seu exemplar em Julho.

Antes de mais nada, introduzirei o que é a  Jump para os leigos. Trata-se da maior revista semanal voltada para mangás, o esquema é o seguinte: A cada semana, os mangakás enviam seus capítulos semanais quentinhos para serem publicados em primeira mão, e dessa forma as histórias se propagam por lá. E o que temos hoje em bancas aqui no Brasil com relação a mangás são nada mais do que “edição de colecionador” delas que são lançadas por lá. Sim meus caros, curtiu a história? lançamos uma versão especial com capa e extas.

Diferente das series consagradas de Combo Rangers de Fabio Yabu e Holy Avenger de Cassaro que eram revistas de uma única história, a Ação magazine traz consigo 6 historias visando o mangá e possuindo conteúdos em cada historia relacionadas ao nosso Brasil.

Cada revista não possui o número de histórias por almanaque, mas no primeiro volume temos  Madenka, Jairo e Tunado, e no segundo volume parece que temos  Rapsódia, Expresso e a repetição do primeiro volume, e a historia Assombrado deverá ficar para a terceira revista, o valor de cada revista é de R$ 10,00, preço de um mangá no Brasil.

A capa lembra muito a shonen jump e me atraiu quando vi um artigo falando sobre a nova ‘’jump brasileira’’. A revista não só traz historias, mas também traz um pouco de informação de interesse jovem, de nova tecnologia no mercado, evolução de jogos e até curiosidades como teve no final do primeiro volume falando sobre Hackers.

 

de Will Walbr

  •  Mancha:

No primeiro volume começa com a historia de Madenka, um garoto comum que tem que escolher trocar toda a vida pacata na sua cidade por um trabalho de herói, tendo que ajudar e resgatar a filha de seu mestre Vaina numa jornada onde ela procura a pessoa que vende os seus olhos, sendo ele um controlador de Sacis.

A historia é repleta do folclore brasileiro, onde pode se tirar infinidade de idéias para cada mitologia, no caso do saci mostra que ele não e só um moleque travesso, ele pode se tornar um inimigo mortal.

Muitos traços da história me lembram o do grande Akira Toriyama, desenhista da série Dragon Ball, e ainda tem o fator do personagem explorar um pouco do estilo da fala brasileira.

Na minha humilde opinião, fica em segundo lugar nas 3 historias do primeiro volume, por ser rápido demais. Poderia ter investido mais na explicação e motivações do protagonista e acaba por deixar vago. Como o por que ele quer se tornar herói? Qual o objetivo? O ar de dúvidas ficou devendo, e algumas explicações também.

  • Andrei Rated:

Madenka foi uma surpresa para mim, o traço não me apetece muito, mas aprendi a gostar conforme a leitura fora evoluindo. Uma das coisas mais legais que gostei desse projeto e das três histórias foram que a parte artísticas estão muito legais, nota-se certas inspirações aqui ou ali, mas cada um tem um traço único. E Madenka não deixa na mão, apesar da linha narrativa ser um pouco travada, alguns leitores voltarão alguns quadros algumas vezes para entender a continuidade dos quadros e falas, mas nada muito alarmante.

A história gira em torno de Madenka, um garoto que se acha demais e é resmungão, trabalha para um senhor javali que tem a missão de transforma-lo num herói. Interessante é que fugindo um pouco do clichê ocidental, o mestre desistiu de seu aprendizado e se contenta em Madenka completar seus serviços em sua loja. Apesar de sempre lembra-lo que ele deverá abandonar sua vida pacata para viajar pelo mundo. Coisa que definitivamente não quer. E o que faltou nessa história foi o gatilho para a aventura, apesar de ajudar a jovem-lobo-guará contra os sacis (que estão representados de maneira muito legal) continua escolhendo viver uma vida normal.

 


de Michele LYS & Renato Csar

  • Mancha:

Jairo é a segunda história do primeiro volume, onde trata de um garoto que perde os pais e tem que ir morar com os parentes mais próximos dos falecidos. Sendo que já existia um problema de comunicação familiar, isso mais um estorvo na vida do garoto onde encontra um motivo para continuar com a sua vida, o Boxe que o motiva a entrar na equipe para as olimpíadas de 2016. Ele sofre bullying na nova escola, se tornando um garoto problemático que se mete em brigas frequentes. No boxe é onde ele procura um auto controle dessa situação.

No começo fui preconceituoso pelo o título da historia e rotulei pelo o nome. O traço é muito bom, a história empolga e consegue finalizar muito bem. Mesmo muita gente dizendo que parece uma copia de Hajime no Ippo, que é outra historia que se baseia em boxe, mas totalmente diferente.

Jairo fica em primeiro lugar nessa edição desse almanaque.

 

  • Andrei Rated:

Ao contrário do meu colega Mancha,  nome não me é problema. Nunca vi Hajime no Ippo, mas gostei de Jairo. História simples e clichê, garoto com problemas familiares que sofre na escola e que usa o boxe como maneira de estravazar.

A execução da história é boa, apresentação de personagens e motivações iniciadas, Jairo consegue prender até o final e empolga bastante em algumas partes. Mas infelizmente como Madenka, faltou aquele gostinho de continuidade, parece uma One Shot e não o início de uma série.

Os traços estão muito legais, e lembram muito do Oda (One Piece). Jairo promete.

 

 

de Maurílio DNA & Victor Strang

  • Mancha:

É difícil ver historias estilo anime de carro, muito difícil. Tunado saiu no almanaque como a terceira e última história para fechar com chave de ouro…mas infelizmente não conseguiu, comecei a ler com animação mas não conseguiu mostrar o seu propósito.

A história se baseia em um rapaz chamado Daniel que é sobrinho de um antigo piloto nipo-brasileiro chamado Sato Kawasaki que se tornou lenda no meio de automobilismo, que recebe do seu tio um carro simples, mas com um motor extraordinário, nisso ele jura ser um piloto melhor que o tio, mas antes de ser um profissional Daniel precisa ganhar fama nas ruas, onde tentará mostrar todas as suas habilidades adquiridas.

Infelizmente Tunado poderia ser um diferencial muito grande, mas traços são mais precários como se fosse de um fanzine comum na sua faze de teste, um pouco melhorado dos que acima citados, falta conteúdo, falta emoção. Enquanto o Jairo e o Madenka me davam a vontade de ler mais, o Tunado eu não esperava a hora de acabar. Ainda é o primeiro volume e muita coisa pode ser melhorada, espero que o segundo volume me prenda e me mostre que é uma boa proposta.

Finalizando, gostei muito do novo almanaque e que possa cativar mais pessoas a conhecer um pouco desse mundo de mangás e animes e poder mostrar o quanto o nosso pais pode também fazer a diferença no mercado.

 

  • Andrei Rated:

Não vou comparar as histórias, todas elas tem seus altos e baixos. E mais uma vez, diferente do Mancha aí em cima, eu gostei de tunado.

O traço apesar de ser bem acabado e limpo, é genérico e foge um pouco da pegada oriental que o Madenka e Jairo abordaram. Não que isso seja um problema, adorei o traço e os carros, peças e personagens estão muito bonitos. Mas lembra essas tentativas americanas de se fazer anime ou fanzines. A história também te dá uma sensação de “já vi isso antes”, um garoto que está com o seu carro, acaba por entrar em corridas ilegais e surpreende a todos por suas habilidades adquiridas por ter um parente famoso. A corrida introdutória acaba rápido demais, antes de poder empolgar legal. Mas de todos, é o que tem melhor narrativa quadro-a-quadro.

Finalizando, as três história tem muito a crescer e prometem fazer juz aos quadrinhos nacionais, que infelizmente são pouco reconhecidos por aqui. A Ação Magazine é além de tudo um marco, um início de algo que pode explodir a industria editorial brasileira aqui dentro. Recomendo a todos a leitura e interesse. Alguns otakus esquecem que o Japão tem décadas de história com quadrinhos, já erraram muito e hoje tem um mercado forte por isso. Não adianta ficarmos sentados reclamando que tudo que brasileiro faz não presta, se cada um puder incentivar esse mercado que ainda não existe, colheremos ótimos frutos futuramente.

‘’Junte-se ao novo, Seja o Novo’’

 

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