Caso Vilas Boas – Ufologia Brasileira

Colaboradores participantes: G. R. Machado [DES], Maurício da Fonte [REV].

01 – Resumo.

São Francisco de Sales, Minas Gerais. 

Na madrugada de 15 de outubro de 1957, Antônio Villas Boas, um jovem de 23 anos, trabalhava na fazenda da família, arando o campo com um trator. Luzes aparecem no céu, se revelando um veículo voador, que pousa a poucos metros de distância. O trator para de funcionar e Antônio é levado à força pelos tripulantes trajando macacões e máscaras para dentro do objeto. Este evento marcaria para sempre o seu corpo e a sua vida.

02 – Introdução.

O caso Villas Boas ficou mundialmente conhecido na década de 60 por ser o primeiro relato de abdução conhecido na época. Jornais, revistas, publicações científicas e sensacionalistas relataram o caso das mais diversas maneiras, mudando detalhes aqui e ali, mas sempre mantendo o foco no principal assunto tratado por qualquer um que tenha ouvido falar deste caso: o ato sexual entre o abduzido e uma alienígena.

Este caso pode ter sido o primeiro veiculado na imprensa, mas não foi o primeiro que realmente aconteceu, havendo outras abduções anteriores em diversos lugares do mundo, inclusive mesmo no Brasil.

A descrição do caso Villas Boas, entretanto, pavimentou uma rodovia de relatos de abduções que aconteceram posteriormente, com relatos de experiências científicas e sexuais entre humanos e seres extraterrestres. Nestes casos, para os believers, é difícil, num primeiro momento, tirar conclusões a partir de um breve relato. 

Todos os casos de abduções são complexos e traumatizantes, pois são sequestros, normalmente à força, onde o abduzido passa por experiências tortuosamente inimagináveis. Entretanto, temos casos relativamente mais tranquilos, como é o caso da abdução de Antônio Villas Boas que, até o momento de sua morte, sempre teve vergonha de descrever o momento da cópula entre ele e a alienígena. Veremos o caso.

03 – Desenvolvimento.

03.1 – Família Villas Boas.

Antônio Villas Boas era um jovem de 23 anos, filho de Jerônimo Pedro Villas Boas (1887–1963) e Enésia Cândida de Oliveira (1897–1963), fazendeiros em São Francisco de Sales, MG. O casal teve ao todo quatro descendentes, dois homens e duas mulheres.

Para lavrar a terra, a família Villas Boas usava um trator com o qual trabalhavam nos turnos diurno e noturno. Durante o dia trabalhavam os empregados da fazenda, e à noite, o próprio Antônio, sozinho ou acompanhado dos seus irmãos e cunhados.

03.2 – Primeiros avistamentos.

Em 5 de outubro de 1957, os Villas Boas receberam visita à noite, fazendo com que todos fossem se deitar só por volta das 23h. Fazia bastante calor naquela noite e por isso Antônio abriu a janela do seu quarto, que dava para um terreiro. Ele estava acompanhado de seu irmão João. 

De repente, Antônio viu uma luz estranha no céu, bem mais clara do que a luz da lua, iluminando todo o ambiente. Chamou pelo irmão, que não se interessou pelo fenômeno. Antônio logo fechou a janela e ambos foram dormir. Pouco depois, ainda curioso, Antônio tornou a se levantar e a abrir a janela. A luz continuava inalterada, mas ela se deslocou subitamente próxima à janela. 

Assustado, Antônio fechou as venezianas da janela com tanta força que acordou o irmão e, dentro do quarto escuro, ambos passaram a acompanhar a luz que entrava pelas frestas das venezianas. A luz se deslocou para o alto do telhado da casa, onde penetrou pelas frestas entre as telhas. Finalmente, depois de alguns minutos, a luz desapareceu e não retornou mais naquela noite.

Em 14 de outubro, houve um segundo incidente que ocorreu por volta das 22h. Naquela ocasião, Antônio trabalhava com o trator em companhia de seu irmão. Subitamente eles avistaram uma luz muito clara e forte, chegando a doer as suas vistas. A luz era grande e redonda, como uma roda de carroça, de um vermelho claro e iluminava uma grande área no lado norte do campo, onde ela se localizava. 

Ao observarem melhor, distinguiram alguma coisa dentro da luz, mas não conseguiram precisar o que era, pois as suas vistas ficavam totalmente ofuscadas devido à potência da iluminação. Curioso, Antônio começou a correr atrás da luz, que por sua vez começou a fugir dele. Após perseguir correndo algumas dezenas de metros a luz ofuscante, Antônio desistiu da empreitada e voltou para junto de seu irmão. Durante uns poucos minutos, a luz ficou imóvel à distância. Ela parecia emitir raios intermitentes em todas as direções. Em seguida, desapareceu tão repentinamente que deu a impressão de ter simplesmente se apagado.

03.3 – Abdução.

(O relato a seguir foi dado por Antônio Villas Boas e detalhado por pesquisas e entrevistas feitas pela SBDEV)

Na madrugada de 16 de outubro de 1957, Antônio arava a terra sozinho com o trator quando foi surpreendido por uma luz vermelha. A luz se aproximou, aumentando progressivamente de tamanho. Antônio conseguiu observá-la melhor, descrevendo-a como um objeto com um formato oval e brilhante, que ficou estático a uns 100 metros de altura. 

Após alguns instantes, o objeto desceu e pousou a cerca de 15 metros de distância do agricultor, momento esse em que ele pôde distinguir nitidamente os contornos da máquina: era parecida com um ovo alongado, apresentando três picos metálicos, de ponta fina e base larga, disposto um ao lado do outro. Em cima da nave algo girava a alta velocidade e emitia uma luz vermelha fluorescente. A parte de baixo do objeto se abriu e deixou sair três suportes metálicos. 

O objeto fazia lembrar a forma de um pássaro, com um comprimento de 15 a 20 metros, e uma altura de 2 a 3 metros. Apoiava-se num tripé de 3 a 4 metros de altura, cujas pernas tinham cerca de 50 cm de espessura. O que Antônio achava ser a cabine, na parte dianteira, era de forma afunilada, apresentando três esporões: um mediano, maior, que projetava uma luz esverdeada; e dois outros formando protuberâncias laterais, paralelas, menores, emitindo luzes alaranjadas. 

Antônio não soube informar sobre as fontes de luz no interior da máquina. Na parte superior havia uma cúpula de 9 a 10 metros de diâmetro por uns 4 cm de espessura, que ficava em constante movimento de rotação no sentido horário, o que ocasionava deslocamentos de ar, mesmo quando a máquina ainda estava imóvel no solo. Na parte posterior, uma placa vertical, semelhante a um leme, se destacava da fuselagem. De cada lado do corpo principal da máquina havia uma chapa curta posicionada na horizontal, de aproximadamente meio metro de largura.

Enquanto ela aparentemente se preparava para o pouso, percebendo que algo iria acontecer com ele, Antônio decidiu fugir no trator, mas após avançar alguns metros com o veículo o motor parou e os faróis se apagaram. O fazendeiro tentou dar a partida novamente, mas o motor não pegou mais. Antônio pulou do trator para correr, mas um ser que mal chegava a altura dos seus ombros agarrou-o pelo braço. 

Desesperado, Antônio aplicou-lhe um golpe que o fez perder o equilíbrio, largar o seu braço e cair para trás. Entretanto, três outros seres o alcançaram e o agarraram pelos braços e pernas, erguendo-o do solo para contê-lo. Mesmo dominado, Antônio ainda ofereceu resistência por um tempo, mas abandonou-a quando se convenceu de que a resistência não lhe ajudaria em nada. Os alienígenas conseguiram então fazê-lo subir por uma escada bamba como se fosse feita de uma espécie de material maleável semelhante a uma corda ou cabo de aço, de 3 ou 4 metros de altura, para adentrar a nave.

Ao atravessar a porta de entrada da nave, penetraram numa sala circular de, aproximadamente 2 metros de diâmetro por 1,7 a 1,8 m de altura. No centro da sala havia uma espécie de pilar que ligava o piso ao teto. Havia também, uma mesa, tipo tripé, de aproximadamente 80 cm de altura por 1 metro de largura, fixa ao piso. Antônio percebeu um instrumento semelhante a um relógio disposto em cima do móvel. Os seus captores, então, despiram-no à força, com grande agilidade e habilidade, sem rasgar nenhuma peça de roupa.

Símbolo acima da porta da ante-sala na nave

Antônio foi conduzido a uma outra porta na extremidade oposta da sala. Acima da porta havia um símbolo com linhas e pontos. O tripulante à sua frente fez um movimento, como se apertasse um botão na porta, mas não pode ser identificado por Antônio. A porta se abriu e ele então foi levado para uma sala maior, onde os tripulantes esfregaram em seu corpo uma espécie de esponja embebida de um líquido oleoso, mas que não deixava seu corpo sujo com o produto. 

Após o procedimento, dois seres se aproximaram com uma espécie de cálice, do qual saíam dois tubos flexíveis. Eles colocaram a extremidade de um dos tubos no “cálice”; a outra ponta possuía uma peça de embocadura parecida com uma ventosa, que eles grudaram no queixo de Antônio. O agricultor não sentiu dor, apenas a sensação de que a pele estava sendo sugada. Seu sangue escorreu pelo tubo e se depositou no cálice, que encheu até a metade. Quando o tubo foi retirado, o outro tubo, que ainda não havia sido usado, foi colocado do outro lado do queixo, de onde se coletou mais sangue até completar o vasilhame. A pele de Antônio ficou ardendo e coçando no lugar da sangria.

Antônio foi deixado sozinho na sala, que começou a exalar uma fumaça de cheiro desagradável e sufocante, provocando-lhe mal estar e ânsia de vômito. Antonio esperou por um longo tempo até que, para seu espanto, surgiu uma mulher completamente nua, acompanhada de outros dois tripulantes vestidos com suas roupas e capacetes. Os cabelos da mulher eram loiros, quase cor de platina, repartidos ao meio e lhe caíam na nuca, com as pontas viradas para dentro. Ela ainda tinha grandes olhos azuis e amendoados. 

Segundo Antônio, a alienígena era baixa, cerca de 1,5m, mas era belíssima. Não se recordava de ter visto cílios nem sobrancelhas, mas se havia, eram muito finos. As orelhas eram pequenas, sendo o queixo, os lábios e o nariz de constituição física delicada. Os dentes eram pequenos mas bem formados. O seu peso, ele o avaliou, era entre 35 a 40 kg. O que mais lhe chamou a atenção foi o fato dela ter os pêlos das axilas e pubianos vermelhos.

Alienígena fêmea apresentando-se a Antônio

Os tripulantes se retiraram da sala e a alienígena se aproximou de Antônio em silêncio, abraçando-o e esfregando seu rosto e corpo contra o dele. A porta se fechou e Antônio ficou a sós com a alienígena, com quem acabou tendo relações sexuais. Por fim, aparentando estar cansada, a alienígena passou a rejeitar Antônio. Antes de sair da sala, ela virou-se para ele e apontou primeiro para sua barriga, depois, com uma espécie de sorriso, para o próprio Antônio e, por último, para o alto. 

Logo em seguida um dos alienígenas voltou com a roupa de Antônio, que se vestiu imediatamente. Segundo Antônio,  os alienígenas eram de pequena estatura, e alcançavam-lhe os ombros. A altura de Antônio era de 1,69m, conforme a sua própria informação, o que permitiria um cálculo aproximado de 1,47m até os ombros. Os tripulantes teriam assim aproximadamente 1,47 m a 1,50 m de altura, sendo que a moça pareceu-lhe ser ainda mais baixa. Eles usavam macacões colantes, de um tecido bem grosso, branco acinzentado, muito macio e, em alguns pontos, colado com tiras pretas. Os sapatos eram também de cor branca, aparentemente rústicos. As mãos eram protegidas por luvas grossas, brancas. Usavam um cinto largo, em cuja frente estava embutido algo, do qual se irradiava uma luz vermelha forte, além de dois outros focos de luz laterais. Para cobrir a cabeça e o pescoço, usavam um capacete da mesma cor, mas de material mais consistente e reforçado atrás, com estreitos tubos de metal ligados à pequenas protuberâncias nas partes mais altas das costas próximas aos ombros. Este capacete cobria a cabeça toda, com orifícios na altura dos olhos, protegidos por um par de óculos redondos que, apesar de aparentemente se posicionarem diante dos olhos,não permitiam que estes fossem vistos.

Embora os indivíduos não dirigissem nenhuma palavra a Antônio, eles comunicavam-se entre si numa linguagem estridente, gutural, numa língua que ele não conseguiu jamais identificar.

Alienígena fêmea apontando para o alto

Os alienígenas o levaram para fora da nave. Antes, Antônio tentou ainda pegar um objeto para provar a história, mas os aliens perceberam e tomaram o objeto de volta. Fora da nave, Antônio a observou decolar, onde levantou um pouco do solo e recolheu o trem de pouso, elevou-se uns 50 metros, onde parou. Ao levantar voo, as placas laterais horizontais de meio metro de largura sofreram uma inclinação de aproximadamente 30 graus. A cúpula giratória no topo da nave atingiu um deslocamento de ar com a intensidade de tufão, mas que não alterou o calor nem o cheiro reinantes, aumentando, contudo, a claridade que se difundia no exterior. Sua luminosidade aumentou e mudou para vermelho vivo. Após isto emitiu um zumbido e partiu em altíssima velocidade, em direção ao sul.

No dia seguinte ao episódio, encontrou o trator em perfeitas condições de funcionamento. Na terra fofa, arada, ainda podiam ser vistos os traços que o tripé da máquina havia deixado, assim como as impressões dos sapatos dos tripulantes.

Ilustração feita baseada nas descrições da nave dos captores Antônio

03.3.1 – Contatos imediatos.

Contatos imediatos são eventos nos quais são observados OVNIS e/ou seus tripulantes.

O termo e sua classificação foram desenvolvidos por Josef Allen Hynek, astrônomo, professor, escritor e ufólogo norte americano, que foi  contratado pela Força Aérea dos Estados Unidos como consultor científico do Projeto Sinal, criado para investigar avistamentos de Objetos Voadores Não Identificados. Hynek acabou investigando e catalogando o fenômeno UFO, considerando-os inicialmente como objetos astronômicos, mas acabou com o tempo mudando de opinião devido às suas pesquisas e entrevistas com grandes nomes da ciência da época, como o Dr. Clyde Tombaugh, descobridor do planeta anão Plutão, que acreditava no fenômeno UFO.

Hynek, a partir de suas pesquisas, desenvolveu uma escala para catalogar os relatórios sobre UFOs, que inicialmente iam da escala de 0 a 3º grau. Os contatos a partir do 4º grau foram contribuições de outros estudiosos do fenômeno, elevando a escala até o 7º grau.

Estudos posteriores do Caso Villas Boas conflitam entre si quanto ao grau do contato imediato sofrido por Antônio.

Um grupo de pesquisadores do caso afirmam que Antônio sofreu de um Contato Imediato de 5º grau, esse incluído na escala pelo ufólogo Jacques Vallée. É o contato mais íntimo entre humanos e extraterrestres. O observador chega a entrar no óvni, voluntariamente ou não. Se for à força, fica caracterizado um sequestro, chamado na ufologia de “abdução”.

Já outros pesquisadores concluem que o caso de Antônio Villas Boas se encaixa em um contato de 7º grau, que de acordo com o Black Vault Encyclopedia Project propõe um encontro de sétimo grau como sendo um acasalamento entre um ser humano e um ser extraterreste, produzindo um ser híbrido, ou experimentos, ou talvez até a morte decorrente de tais experimentos.

Até hoje, não há um consenso sobre em qual grau se encaixa o Caso Villas Boas.

03.4 – Sintomas.

Antônio teria deixado a nave aproximadamente às 5h30 da manhã de 16 de outubro de 1957. Sentia-se fraco e chegou exausto em casa, onde dormiu por quase 12 horas seguidas. Ao despertar, aproximadamente às 16h30, sentia-se bem e jantou normalmente. Ele sentia bastante fome pois não havia se alimentado desde a noite anterior e havia vomitado no interior da nave devido às náuseas do misterioso gás.

À noite, não conseguiu dormir direito, acordando de pequenos cochilos devidos a pesadelos e dificilmente pegava no sono pelo nervosismo que ainda o dominava. Acordava aos sustos e gritos, sonhando que estava sendo agarrado pelos seus captores.

No segundo dia após a abdução, Antônio amanheceu inquieto, cansado e com dores por todo o corpo. Fumou e bebeu café para tentar relaxar, porém começou a sentir-se nauseado, sensação essa que perdurou o dia inteiro, aliada a uma dor de cabeça, sentida com pulsos fortes nas têmporas e falta de apetite.

Na segunda noite após a abdução, passou a sentir ardor nos olhos, ao mesmo tempo em que as dores de cabeça latejantes cessaram.

A partir do terceiro dia, o sono voltou, entretanto muito extremo, fazendo com que Antônio cochilasse a qualquer hora e em qualquer lugar, mesmo durante conversas com outras pessoas. Os sintomas de náuseas cessaram e seu apetite voltou à normalidade. A ardência nos olhos piorou, acompanhada de lacrimejamento permanente e maior sensibilidade à luz do sol, fazendo com que Antônio evitasse muita claridade.

No oitavo dia, enquanto trabalhava, uma pequena contusão no antebraço gerou uma pequena hemorragia no local. No dia seguinte, a lesão havia se transformado em uma ferida infectada com um pequeno ponto de pus que coçava demais. Quando a ferida finalmente cicatrizou, poucos dias depois, uma mancha roxeada se formou em volta da lesão. Poucos dias após a primeira contusão, diversas outras feridas semelhantes começaram a aparecer, sem serem resultados de contusões, nos braços e pernas. Todas elas se iniciavam com um pequeno caroço com uma pequena inflamação no centro e muita coceira, que logo evoluíam para uma cicatriz cercada por marcas roxas em volta. Nestes casos não houveram erupções cutâneas nem sangramentos.

Por anos posteriores, Antônio carregou as diversas cicatrizes de tais lesões, entretanto nenhum dos outros sintomas como dores de cabeça, náuseas ou ardência nos olhos voltaram. Antônio negou ser afetado por febre, hemorragia, diarréia ou outros sintomas semelhantes. Durante o período de sonolência não apresentou diminuição aparente da sua capacidade para o trabalho físico. Não observou também qualquer diminuição da libido ou potência, ou qualquer alteração de acuidade visual. Não notou ainda anemia, nem teve lesões ulceradas na boca.

Antônio disse já ter tido apenas a doenças eruptivas próprias da infância (sarampo e catapora), sem complicações. Nunca teve doenças crônicas venéreas. Sofre, há alguns anos de colite crônica, que no momento não o está incomodando.

Todos os exames físicos que Antônio Villas Boas passou após a abdução se mostraram normais, sem complicações maiores, sendo somente notadas as cicatrizes e inflamações cutâneas sem motivo nem explicação concreta.

Os exames psicológicos concluíram que Antônio estava em plenas faculdades mentais, com boa memória e sem traços de desvios psicológicos mesmo após o traumatizante evento.

03.5 – A divulgação do caso.

Antônio Villas Boas sendo examinado pelo Dr.Olavo Fontes

Após a experiência, Antônio Villas Boas passou a ter diversos problemas de saúde, como insônia, cansaço, dores pelo corpo, náuseas, dores de cabeça, perda de apetite, ardência nos olhos, lacrimejamento permanente e lesões cutâneas provocadas por contusões até as mais leves. Também surgiram manchas amareladas pelo corpo, que levavam de 10 a 20 dias para desaparecer. As lesões continuaram a aparecer durante meses, tendo o aspecto de pequenos nódulos avermelhados, mais duros do que a pele em volta. Destes nódulos saía pus amarelado.

Antônio, após dias com os problemas, procurou um farmacêutico da localidade de São Francisco de Sales, temendo que tivesse contraído alguma doença venérea devido à cópula com a estranha mulher. Antônio relatou o caso ao farmacêutico que o assegurou que não se tratava de doença venérea pois os sintomas não coincidiam com nenhuma delas, mas que mesmo assim deveria procurar a ajuda de um médico.

O farmacêutico também disse a Antônio que havia lido reportagens do jornalista João Martins para a Revista O Cruzeiro, e que ele era muito aberto ao tema. Ele recomendou a Villas Boas que procurasse o repórter para relatar-lhe sua experiência. Antônio então escreveu uma carta, que foi prontamente respondida pelo repórter. Depois de algumas correspondências, Antônio foi ao Rio de Janeiro onde conheceu pessoalmente o repórter e o ufólogo Olavo Fontes. 

Olavo era médico e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil e foi quem inicialmente divulgou o caso, através do Boletim da SBEDV (26/27) e em seguida pela revista inglesa “Flying Saucer Rewiew” (F.S.R.), 8 anos após o acontecimento. Ainda em 1958, Olavo Fontes remeteu um relatório à APRO, na época uma das mais conceituadas entidades de pesquisa ufológica do planeta que, na ocasião, resolveu não publicá-lo, o que acabou fazendo somente anos depois, quando o caso já era plenamente conhecido e divulgado no meio ufológico.

Apesar do relato ser muito conhecido e comentado nos meios ufológicos do início da década de 1960, apenas poucos grupos nacionais sabiam de fato onde o caso ocorrera e por sua vez tinham meios de contatar o protagonista. A SBEDV era uma das entidades mais atuantes dessa época, tendo investigado os mais importantes casos ufológicos das décadas de 50, 60 e 70. Mesmo sendo tão atuante, inicialmente ela desconhecia o local exato do caso, para que pudesse iniciar sua própria investigação. Após encontrarem o exato local do acontecimento, a investigação da SBEDV teve início, ocorrendo nos primeiros meses de 1962.

Os ufólogos Dr. Walter Buller e Dr. Mario Prudente Aquino viajaram até São Francisco de Salles para realizar a pesquisa de campo. Ao chegarem na localidade, procuraram inicialmente o farmacêutico que atentou Antônio Villas Boas pouco tempo depois do caso ter ocorrido. Através dele, os ufólogos conseguiram conversar com o fazendeiro, que relatou com detalhes a sua experiência.

Inicialmente, Antônio foi pouco receptivo devido à sua desconfiança quanto aos dois ufólogos, dando uma entrevista inicial que durou apenas 45 minutos, abordando aspectos mais gerais do caso e sem citar o aspecto de estudo genético com cópula realizado na nave.

No dia seguinte, a pesquisa continuou com a visita dos pesquisadores à fazenda dos Villas Boas. Eles conheceram o local exato onde o caso ocorreu, e complementaram a entrevista com a testemunha. Os resultados desta pesquisa foram divulgados inicialmente, de forma resumida, no Boletim da SBEDV, edição 26/27 de junho de 1962. O boletim teve grande repercussão no exterior, gerando enorme interesse por parte da comunidade ufológica internacional. Mais tarde, o caso foi exposto novamente na revista Flying Saucer Review (F.S.R.), nos meses de janeiro, fevereiro, julho e agosto de 1965. Este artigo da F.S.R. motivou uma série de reportagens da Revista O Cruzeiro Internacional, que em três ocasiões, em 16 de janeiro de 1965, 1 de fevereiro de 1965 e 16 de fevereiro de 1965, divulgou o caso, desta vez em espanhol.

Em 1966, o Dr. Olavo Fontes divulgou seu relatório pessoal sobre o caso, que foi divulgado pela SBEDV e pela F.S.R. ao longo de 5 edições entre os meses de julho e dezembro de 1966 e janeiro e junho de 1967. Depois destas divulgações iniciais o caso consolidou-se como um clássico da Ufologia Mundial, sendo citado em inúmeros livros, revistas, palestras, reportagens, sites, documentos, etc.

03.6 – Interrogatório de Villas Boas.

O repórter João Martins custeou uma viagem para ele e Antônio para o Rio de Janeiro, para que o jovem fosse entrevistado pelo médico e ufólogo Dr. Olavo Fontes em seu próprio escritório, no dia 22 de fevereiro de 1958.

Segundo o relatório de Olavo, um interrogatório minucioso foi feito com Antônio Villas Boas, evidenciando que ele não apresentava quaisquer traços psicopáticos. Antônio falava calmamente, sem apresentar tiques ou sinais de instabilidade emocional. Todas as reações que apresentou em face das perguntas que lhe eram feitas foram perfeitamente normais. Em nenhum momento titubeou ou perdeu o controle da sua narração. 

Suas hesitações correspondiam exatamente ao que se podia prever de um indivíduo numa situação estranha, que não encontrava explicação para certos fatos, respondendo um simples e honesto “Isto eu não sei” ou “Isto eu não posso explicar”. Quando perguntado sobre a relação sexual, Antônio mostrou-se envergonhado, e só após muita insistência de Dr. Olavo é que o jovem começou a detalhar o ocorrido.

Pela entrevista, não foi notado nenhum traço de superstição ou misticismo, não acreditando que os tripulantes fossem anjos ou demônios. Antônio julgou que os tripulantes fossem homens como nós, porém de outras terras em algum outro planeta. Afirmou pensar assim porque o tripulante que o acompanhou para fora do aparelho apontou para si mesmo, para a terra e para algum lugar no céu, gesto que só podia ter esta significação segundo ele. Além disto, o fato de os tripulantes permanecerem o tempo todo de uniforme fechado e capacete indica, na sua opinião, que o ar que eles respiram não é igual ao nosso.

Quando questionado por Dr. Olavo sobre a fêmea não utilizar roupas nem equipamentos para respiração, ser possivelmente de uma outra raça, mais aproximada dos seres humanos que respiram oxigênio, Antônio negou, argumentando que ela era fisicamente igual aos outros quando vestia uniforme e capacete, só se diferenciando na estatura; além disso ela falava com os mesmos sons que os outros; tinha também colaborado na sua captura; em nenhum momento pareceu constrangida pelos outros, estando tão à vontade como qualquer deles. 

Antônio complementou que não achava que o capacete fosse apenas um disfarce, porque pensava que ela só conseguia suportar nossa atmosfera devido à fumaça que saía dos pequenos tubos embutidos na parede da pequena sala onde se dera o encontro e que provocou seu mal estar. Esse fato, mais a observação de que essa fumaça não existia em nenhuma das outras salas, onde não viu nenhum tripulante tirar o capacete, fizeram-no concluir que a mesma era algum gás necessário à respiração dela, posto ali justamente para que ela pudesse aparecer sem a proteção do capacete.

Com estes depoimentos, Dr. Olavo concluiu que Antônio tinha um raciocínio lógico surpreendente para uma pessoa do interior, com uma inteligência acima da média para alguém como ele, que sabia apenas ler e escrever, uma instrução ensinada nos primeiros anos de escola.

Quanto ao óleo passado no corpo de Antônio, Dr. Olavo o questionou se poderia ser algum produto afrodisíaco. Antônio não soube explicar e ficava constantemente constrangido quando a conversa tomava esse rumo. Dr. Olavo tinha as suposições de que, ou era algum afrodisíaco que ajudou Antônio no experimento, ou era algum antisséptico ou desinfetante utilizado para limpá-lo dos germes que poderiam contaminar sua parceira de cópula. Antônio, sempre envergonhado nas descrições do momento da cópula, não soube explicar a excitação do momento, mas negou ter agido sob influência mental, telepática, afirmando estar ciente de todas as suas ações no ato do coito.

Durante a conversa, Dr. Olavo fez uma breve experiência com Antônio, mostrando-lhe diversas fotos de mulheres loiras brasileiras para que ele fizesse uma comparação física com a alienígena que conheceu na nave. O resultado foi negativo. Foi apresentado a ele também uma foto publicada em 1954 no jornal O Cruzeiro, de uma reprodução do “Venusiano” de Adamski. Villas Boas não reconheceu nenhuma semelhança, assinalando que o rosto de sua captora era mais fino e de forma triangular em sua metade inferior, que os olhos eram maiores e mais rasgados, as maçãs do rosto mais salientes e que o cabelo era bem mais curto, só até o meio do pescoço, arrumado em estilo diferente. Não reconheceu também nenhuma semelhança na roupa.

George Adamaski e sua pintura representando o venusiano “Orthon”, de seu livro “Os Discos Voadores Pousaram”

 Ao final no interrogatório, João Martins disse a Antônio que não iria publicar a matéria no jornal O Cruzeiro, pois dada a falta de provas concretas sobre o caso, ele dificilmente seria levado a sério. Diante disso, Antônio pareceu abatido pois segundo ele “Queria que seu nome aparecesse no jornal”.

O Dr. Olavo Fontes, baseado nas conversas que teve com Antônio Villas Boas, não pode definir com certeza se tudo o que lhe foi narrado era realidade pois não haviam provas concretas sobre o ocorrido. Havia então duas possibilidades, a de que Antônio fosse uma pessoa honesta e correta, com uma inteligência, esperteza e memória fenomenal para um humilde trabalhador do campo, e que tudo o que ele narrou aconteceu de verdade. A outra possibilidade era de que, ainda assim ele seria alguém inteligente, esperto e de ótima memória, mas que utilizasse isso para seu bem pessoal contando mentiras.

Respondendo a uma última pergunta de seus entrevistadores, Antônio disse que não desejava uma repetição de sua impressionante experiência, mas se por acaso a máquina viesse a aterrissar junto a ele novamente, ele não procuraria fugir de seus captores.

Antônio Villas Boas casou-se pouco tempo após o incidente e, em todas as suas entrevistas posteriores, quando relatava seu caso de abdução, sempre mostrou-se envergonhado e nunca deu muitos detalhes sobre o ato de cópula com a alienígena fêmea dentro da nave.

Do Boletim da SBEDV, n°26/27, constam as três perguntas seguintes:

1ª. Teria o exame de sangue de Antônio Villas Boas algo a ver com o contato que teve, a seguir, com a jovem?

2ª. Os focos luminosos, que incidiam à noite sobre a casa de Antônio Villas Boas, teriam alguma relação com a experiência posterior?

3ª. Quais teriam sido as razões de seu encontro com a jovem?

  • Para ativar genes fracos de uma raça interplanetária, por meio dos genes robustos terrestres?
  • Para completar um “check-up” físico de um ser da Terra?
  • Para provar aos terrestres que algumas das raças extraterrenas possuem condições físico-anatômicas iguais às nossas?

d) Para estabelecer relações de parentesco interplanetário como elemento precursor de entendimentos políticos ou culturais posteriores?

e) Ou, apenas porque a jovem, que talvez estivesse em situação hierárquica superior, na tripulação da nave, tivera um desejo momentâneo nesse sentido?

Em 1978, Antônio Villas Boas foi entrevistado por Flávio Cavalcanti na TV Tupi.

Entrevista com Flávio Cavalcanti

04 – Conclusões. 

Antonio Villas Boas se casou, teve filhos filhos e se formou em Direito, exercendo por muitos anos a profissão de advogado. Entretanto, jamais readquiriu o vigor da juventude de antes da abdução. Tampouco se livrou dos traumas do contato com aqueles seres extraterrestres, tanto que faleceu relativamente jovem, em 17 de janeiro de 1991, com apenas 56 anos. O atestado de óbito emitido pelo Cartório de Registro Civil de Uberaba (MG), cidade onde vivia, aponta como causa mortis “hemorragia subaracnóidea, aneurisma da artéria basilar e hipertensão arterial”.

Apesar de ser conhecido como o primeiro caso de abdução divulgado, houveram outros casos que demoraram a aparecer na imprensa, tornando o caso Villas Boas um marco da ufologia internacional.

Todos os eventos de captura, exames, testes, experiências (inclusive sexuais), contato, efeitos colaterais e sintomas posteriores às abduções foram se repetindo com o decorrer dos anos com muitas pessoas que alegam terem passado por tais experiências. As descrições são variadas, mas sempre semelhantes em certos aspectos ou detalhes, mostrando que a experiência de Antônio Villas Boas não foi um caso isolado, e que casos semelhantes acontecem todos os anos em vários lugares do mundo, com o mais variado tipo de pessoas.

(contém opiniões do pauteiro)

Vivemos hoje uma época de libertação do sexo feminino das amarras do pensamento machista, do patriarcado, onde o homem é o chefe de família. Esse mesmo pensamento enaltece o homem viril, o “pegador”, o rapaz que vai para as baladas e “pega” muitas mulheres, ao mesmo tempo em que a mulher que faz a mesma coisa é rechaçada, xingada e mal vista.

Sempre que li brevemente sobre o Caso Villas Boas, o subtítulo na notícia sempre exaltava a frase “O homem que fez sexo com uma ET”, ou seus termos variantes. Eu havia lido muito pouco sobre o caso, pois as chamadas para a matéria me davam nojo só de imaginar que um homem estaria contando a sua história de abdução, que estufaria o peito para dizer que fez sexo com uma extraterrestre e contaria sua experiência para todos, principalmente para provar virilidade. Se era verdade ou não, eu não tinha nenhuma vontade de saber.

Entretanto, ao pesquisar para essa pauta, procurando nas mais diversas fontes, as mais completas e confiáveis me fizeram mudar de opinião não só quanto ao caso como também quanto à vítima. Em todos os relatos destas fontes, é salientado e reforçado o fato de que Antônio Villas Boas sentia-se sempre desconfortável quando tocava no assunto da cópula, revelando a indisposição do envergonhado abduzido. Isso não é uma postura de alguém que busca enaltecer sua masculinidade e virilidade, pois a revelação do ato da cópula só foi feita dentro da segurança da família e da confiabilidade da entrevista com duas pessoas o qual Antônio confiava, vendo ali a importância de expor o relato completo.

Agora, sem julgar se o fato realmente aconteceu ou não, devemos observar a relação de João Martins, o jornalista da revista O Cruzeiro, que além de cobrir acontecimentos variados, era mais reconhecido pelas matérias mais sensacionalistas envolvendo avistamento de OVNIs. Sabemos que em todas as áreas (científica, histórica, política, etc…) é sempre um desserviço para a área alguém publicar alguma informação falsa relacionada ao assunto. A ufologia também sofre de tais indecentes elementos que se julgam pesquisadores e ufólogos, escrevendo falsidades e forjando imagens para elevar seu nome na área. João Martins foi uma dessas pessoas, que pode ter escrito sobre acontecimentos reais, mas que foi desbancado como falsário de fotografias e relatos. Devido a posterior descoberta sobre João Martins, o Caso Villas Boas sofreu pelo fato de um de seus investigadores ser um falsificador de casos ufológicos.

05 – Referências externas

https://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Vilas-Boas

http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1950/villasboas1

https://ufo.com.br/artigos/caso-villas-boas-50-anos-depois.html

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Caso Vilas Boas – Ufologia Brasileira