Guerras do Tarot: O Caminho do Louco – A Jornada de uma Grata Surpresa

Esta resenha esta um pouquinho atrasada. Várias situações difíceis rolaram até que caísse em minhas mãos o prazer de falar dessa obra, mostrando que caminhos são muitas vezes truncados para os caminhantes, mas toda jornada é uma descoberta, e no meu caso, uma grata surpresa.

Acho que todo mundo que tem algum contato com o Mundo Freak sabe que há uns bons anos (pode por década ai) me relaciono com o estudo de temas místicos e herméticos, academicamente inclusive, através de sua linguagem e representação. Pois bem, além disso sou parte do Hod Studio, uma galera que se envolve com design, games, boardgames, apps e tarô. Na minha nada modesta opinião o Hod Studio, pelas mãos do Grola e do Del Debbio fizeram o baralho mais bacana de estudos que é o Hermetic Kabbalah Tarot, por essas e outras, quando cheguei ao título do livro e me coube resenha-lo,  entortei levemente o nariz, particularmente a capa e a sinopse do livro não me agradaram em uma primeira olhada, e a temática da história que propõe a ter pinceladas místicas também é algo que desconfio, já caiu em minhas mãos muitas coisas duvidosas que seguem o tema. E esse NÃO É O CASO desta obra.

Assim que o abri, as coisas começaram a mudar de figura, como uma jornada deve ser.

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A diagramação interna esta muito bacana e fluida, o que facilita a leitura, a narrativa do autor  Alex Mandarino, não é de folhetim, é uma linguagem detalhista e que desacelera a obra, e isso não é um ponto negativo, o autor escreve muito bem e desenvolve o enredo com um tom de thriller policial. Outro ponto bacana sobre o detalhismo do autor é bastante recompensado ao leitor no descrever de locais e culturas, uma vez que a história se desenvolve em muitos lugares do mundo, as descrição ganham um folego a mais. E ao se familiarizar com o texto ele fica mais fluido e percebe-se melhor as sutilezas das personagens e situações, tenha em mente que não é um livro para se lançar um julgamento sem que ao menos 30 páginas tenham se passado.

A história fala de André, um jornalista supostamente bem sucedido e cansado da vida que leva, e sua jornada de dizer adeus a tudo o que conquistou para encontrar a si mesmo, ao mesmo tempo em que somos apresentados a uma organização complexa e mundial chamada O Baralho, cujos membros assumem os arquétipos dos 76 arcanos do Tarô. André em determinado momento integra essa organização e assume posto d’O Louco, o arcano 0/22, uma das gratas surpresas deste livro é ver o respeito e a pesquisa sobre o simbolismo e significado das cartas e observar como os personagens se relacionam com elas e como André vai passo-a-passo aproximando-se do enigmático simbolismo d’O Louco que já estava nele.

Não escondo de ninguém que sou um entusiasta da literatura fantástica nacional, tanto pelo Kalciferum do Andrei, quanto tantas outras obras, como as de ficção científica da Lady Sybilla, os livros do P.J. Pereira, entre outros, ler O Caminho do Louco da aquele orgulho delicioso e um grau de identificação cultural muito bacana, uma sutil aproximação que acredito perdermos em muitos livros clássicos mundiais por não sermos fruto da cultura em que ele se originou.

Enfim, é uma leitura que muito me valeu, e revelar mais do que essas impressões vão acabar entregando para você futuro leitor, pontos do roteiro que se encaixam muito bem ao longo das descobertas e temperam a história como um todo.

Sucesso ao autor e aos leitores!

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