[Resenha] Ben-Hur, a refilmagem eterna e o Jesus que tomou spoiler

Antes de virar filme, Ben-Hur foi um dos livros cristãos de ficção mais populares do século XIX. Apesar de todo mundo lembrar do épico, dirigido por William Wyler em 1959, a primeira versão cinematográfica deste livro foi feita em 1907. Como o filme com Charlton Heston ganhou 11 Oscars e foi um fenômeno de público e crítica, este meio que se tornou a versão definitiva da história.

Mesmo que você nunca tenha visto Ben-Hur na vida, com certeza sabe que tem um filme onde acontece uma gigante corrida de bigas e o cenário construído foi um dos maiores da história do cinema. Pois assim como qualquer pessoa, ao ver o nada positivo trailer de Ben-Hur (2016), me perguntei por que diabos refazer este filme após este ser adaptado outras 4 vezes.

Além do óbvio lucro financeiro, a trama semi-bíblica poderia ser apresentada a novas gerações, que talvez achem extremamente datados vários aspectos de uma produção de 1959. Para a difícil tarefa de refilmar uma produção que já tem sua versão “definitiva”, a MGM chamou o cazaque Timur Bekmambetov (responsável pelo espetacular Guardiões da Noite).

Depois de passar 2 horas no cinema posso afirmar que gostei bastante do resultado final, mesmo fazendo uma comparação direta com sua versão dos anos 50. Os filmes são bastante diferentes, especialmente na construção de personagens e no final sendo que talvez estes detalhes tenham me feito gostar ainda mais do que vi.

Diferente do livro e de outras versões, Judah Ben-Hur e Messala não são apenas amigos de infância. O romano foi adotado pela família Ben-Hur e nunca foi realmente aceito no meio dos nobres judeus. Esse ressentimento e uma teia de eventos que estragará o filme se revelados aqui transformam Ben-Hur em escravo e dão início a uma trama de vingança que culminará na já famosa corrida de bigas.

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Uma coisa que sempre fez de Ben-Hur uma história curiosa é que a mesma se passa no mesmo local e período de Jesus Cristo. Os personagens do filme volta e meia se encontram com o messias e ele é responsável pela transformação final dos irmãos. O Jesus interpretado por Rodrigo Santoro é menos “divino” que o original e muito mais humano. Através do dom da palavra e de atos o espectador percebe como um jovem carpinteiro conseguiu tantos seguidores.

Inclusive em uma cena específica ele deixa claro que sabe qual será seu destino e que mesmo assim o que importa é a mensagem de paz e perdão. Mesmo tomando spoiler do que vinha em frente ele continuou seguindo em frente. Agora vai lá no Facebook e reclama de Guerra dos Tronos.

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A direção de Timur é bem contida em vários momentos (comparado aos seus trabalhos anteriores), mas é nas cenas de batalha naval e na corrida de bigas que ele se solta e apresenta momentos bem divertidos. A dupla principal, interpretada por Jack Huston (Trapaça) e Toby Kebbell (Planeta dos Macacos: O Confronto e Warcraft) convence na dualidade entre amor e ódio que os dois sentem um pelo outro. Morgan Freeman meio que repete no automático sua atuação em Robin Hood. Não atrapalha e não ajuda muito.

Pisando perigosamente em terreno de spoilers, teve muita gente que reclamou do final do filme. Eu achei uma mudança positiva, que condiz com conceitos pulverizados durante boa parte da projeção. Fico curioso do que acharam os leitores do Mundo Freak. Se você resolver dar uma chance para Ben-Hur, volte depois aqui e me conte o que achou do final.

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