[Resenha] Berserk, Arco I – O Ovo do Supremo Rei

Não haverá Spoilers
Berserk é uma das maiores obras japonesas, isso ninguém tem dúvidas. E desde a série animada lançada em 1997 que cobria exatamente a Era de Ouro do mangá, os fãs esperavam uma continuação animada do épico. Que infelizmente nunca veio.
Ja falamos de Berserk aqui, fiz uma mega recomendação sobre o mangá e rasguei a ceda total quanto a obra. Mas é sempre bom lembrar:
A trama retrata um mundo de horror/fantasia/Idade Média que é muito semelhante a Europa que conhecemos e tende a mostrar um tom visceral e cru da realidade da época, diferente de outras histórias que preferem mostrar o lado de glamour “capa e espada”. Com a maldade e mediocridade humana como foco principal.  No meio de uma grande guerra (baseada na Guerra de 100 anos), o reino de Midland (França) troca farpas com Tudor (Inglaterra) e Gatts é um mercenário a procura de combate sem se preocupar com o futuro.
A obra é de Kentaro Miura, de 1990, e incrivelmente é até hoje publicado (de maneira desregular e com diversos atrasos, mas é). Atualmente está no volume 36 no Japão. Assim como Evangelion o autor ganhou tanto reconhecimento com a obra, que lança quando quer.

Depois dos rumores da produção de uma misteriosa animação de Berserk, todos se perguntavam: “Será mesmo que vão continuar onde parou?”. Mas todos estavam enganados, na verdade o projeto pela Warner Bros Japonesa e o Studio 4°C consiste em uma trilogia de filmes que novamente se situará na Era de Ouro do mangá.

 

Para começar o visual é lindo, mas tenho alguns pontos para citar. Ultimamente andei notando um certo modismo do 3D utilizando o famoso Cell Shading para representar a animação japonesa em certos momentos, e isso vem aumentado com frequência nos animes nos últimos anos, o último que assisti foi o Kore Wa Zombie Desu Ka.

Sinceramente eu acho completamente desnecessário qualquer mídia mesclar 2D com 3D. O olho percebe a diferença gritante entre os dois meios. Ou você faz um filme de animação em 3D como Astroboy, ou 2D como a animação clássica. Mas pior que isso não é ser usada apenas em momentos chaves, mas em toda a representação humana no filme. Todo o soldado, todo o movimento de braços, mãos, pernas, espadas, cavalos. TUDO é por meio de modelagem em 3D e apenas alguns momentos nossos olhos batem em uma cena estática em que o 3D não foi necessário. Realmente precisava disso produtores? Se tem algo que animação japonesas clássica não podem se gabar é sobre movimento, então a diferença é bizarramente grotesca quando robôs super movimentados atravessam o background das cenas.

Felizmente uma boa notícia é que dessa vez não machucou tanto os olhos como tem acontecido em séries convencionais. Talvez pela maior qualidade de animação, maior custo da produção e o motion capture (precisa disso pra um anime?) a mistura entre as duas tecnologias foram mais suaves. Mas não menos notáveis para mim. Mas já ouvi opiniões um pouco mais críticas e rabugentas relacionados a isso.

Ponto positivo para a batalha contra Zodd, o Imortal. A animação ficou muito boa, a trilha sonora e enquadramentos sombrios deixaram a cena épica como merecia ser.

A trilha sonora é satisfatória, assim como a dublagem. Tudo inspira o filme a ser épico, mesclando com tomadas grandiosas de construções medievais e exércitos se digladiando em terreno aberto.

A trama é a mesma do mangá, sem acrescentar nada. Mas como é um longa e não uma série, alguns detalhes de narrativa e histórias foram suplantados em prol da continuidade e fluidez do filme. O que na minha opinião não ficaram ruins, mas é um ponto a se discutir tendo em vista que o filme tem apenas 1 hora e 16 minutos. O que traz o questionamento, porque o filme tão curto é dividido em três? Ou se tinha tanto tempo assim para abordar melhor a história do jovem mercenário porque foram cortados parte de sua história e sua infância apenas mostrada em um clipe curto em um pesadelo?

Gattz se torna um mercenário sangrento, um animal temido em campo de batalha, sem amigos e sem família (e sem motivo, já que não mostra o seu passado). Ele rejeita o Bando Falcão tão avidamente e de uma hora pra outra se torna um capitão. Pequenos saltos temporais são dados, comprometendo a evolução do personagem para com a trama. E o foco principal da Era de Ouro é exatamente sobre amizade e o lado humano da corrupção.

ConclusãoInfelizmente Berserk, Arco I – O Ovo do Supremo Rei não é a história definitiva de Gattz, apesar da fidelidade de como as coisas acontecem, a pressa truculenta e o tempo de filme desnecessariamente curto acaba por prejudicar a narrativa. Visualmente o CG misturado com animação clássica pode enfurecer alguns, não os culpo. Assim como na maioria das adaptações, recomendo o mangá, que é lançado atualmente aqui no Brasil e está quase próximo da japonesa. Esse sim, uma literatura épica de horrores esquecidos pela humanidade.

Uma dúvida que alguns possam ter. Puck e futuro?

O clipe inicial do filme aparece toda história de Gattz, inclusive a atual. Com Puck, Bruxas, Macacos e Elementais, se me entendem bem. O que me deixa empolgado em esperar algum projeto futuro além da trilogia de seguir a história do mangá e mostrar realmente o lado sobrenatural da série.

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