[Resenha] A Bruxa

Já imaginava o erro grotesco que a distribuidora ia cometer ao vender esse filme, só não sabia que seria tanto. Sério, jogue fora toda a campanha de marketing, você vai ver um filme completamente diferente da expectativa. Por isso talvez A Bruxa divida tanto opiniões. Inclusive, dependendo do seu ponto de vista, terror não é o que te espera.

O filme começa em 1630 quando o pai da família William é expulso pelos líderes religiosos por divergências de sua fé. Procurando a partir daí, um novo lugar para morar longe dos muros da cidade.

É preciso ser mencionado que grande parte de toda a sensação de desconforto é causado pela trilha sonora. Ela é responsável pela construção de tensão. Mais que isso, ele faz com que um filme de uma família tentando se adaptar a uma nova realidade tome ares angustiantes por todo o tempo de tela. Recurso muito utilizado em filmes como O Iluminado, em que cenas simples parecem esconder terrores absolutos graças a uma trilha sonora bem utilizada. Claro que essa técnica não agrada a todos, sendo muita vezes sentida como “descasada” com o clima das cenas, mas que para meu  ponto de vista, funcionam muito nessa temática.

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Tecnicamente é impecável, som e imagem se unem para construir um filme extremamente competente. A divergência do público é causado pelo roteiro, arrastado e detalhista, que pretende nos levar em uma viagem no tempo, criando uma excelente peça artística em que elementos como fé, medo e desolação são destrinchados em menos de 90 minutos de filme.

Não há aqueles sustos cretinos para quem espera por um Atividade Paranormal 8. Várias alegorias podem ser montadas, o homem contra a natureza, sendo a bruxa apenas uma figura de linguagem para o homem recém organizado como sociedade enfrentando sozinho a fúria do isolamento. A fé contra o sombrio, onde a ignorância é a pior arma que se pode ter nas mãos no momento da desesperança. Mas uma coisa é certa, esse filme não ta aí para agradar um público preguiçoso e mimado.

E mesmo que os pontos de virada do filme sejam até esperados, o desenvolvimento da família faz com que esperemos o contrário. A opressão de uma religião, junto com os temores da floresta próxima se torna muitas vezes o plano de fundo para mostrar a vida desses camponeses isolados de tudo. Mesmo com o céu a vista e campos verdejantes, a sensação é de claustrofobia.

A ambiguidade construída é obliterada com um final chocante. Então não esperem nada ao estilo A vila ou Dama na Água, o ponto de virada nunca vem e quem o espera sai da sala de cinema com um gosto amargo na boca.

Preciso de uma camisa com uma estampa do Black Philipe. =/

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