[Resenha] Velocidade – Dean Koontz

Imagine estar saindo do trabalho, depois de um dia extremamente cansativo. Você caminha pelo estacionamento e vê um bilhete grudado no para-brisas do seu carro. Senta-se ao volante e desdobra o bilhete, encontrando a seguinte mensagem:

“Se você não levar este bilhete à policia nem envolve-la, vou matar uma linda professora loura em algum lugar no condado de Napa.
Se levar este bilhete à polícia, matarei uma mulher idosa que faz obras de caridade.
Você tem seis horas para decidir. A escolha é sua”

O que você faria?

Assim começa a história contada em “Velocidade”. O personagem principal, Billy, é um ex escritor que trabalha como barman e sofre com o fato de sua mulher estar há anos em coma. Apesar de ser um cínico com todo o resto do mundo, é com Barbara que ele mostra seu verdadeiro lado afetivo, mesmo que sua única reação seja balbuciar frases soltas que Billy anota em um caderno. Ele quase se orgulha de viver sua rotina, e com a chegada do primeiro bilhete, seguido por vários outros, sua vida vira de ponta cabeça.

No começo Billy pensa que aquilo pode ser uma brincadeira de mal gosto, mas com a chegada do segundo bilhete, e da confirmação da morte de uma mulher, ele percebe que está no meio de algum jogo doentio, e que o assassino fica cada vez mais próximo dele. Billy rapidamente se vê sozinho nessa tentativa de capturar um desconhecido. Quem acreditaria nessa história louca dos bilhetes?

O livro é dividido em 3 partes e em cada uma delas o assassino e Billy se aproximam mais:

A parte 1 (A escolha é sua) mostra a chegada dos bilhetes e a percepção de que eles não são brincadeiras, mas sim parte do objetivo do assassino. Culmina com o primeiro encontro dos dois;
A parte 2 (Preparado para o segundo ferimento?) mostra um Billy mais preparado, que percebe que os assassinatos e os bilhetes fazem parte de um ato, uma performance. O assassino começa a ficar mais ousando, mandando para Billy provas dos seus crimes e procurando formas de incriminá-lo por eles. Culmina com o segundo encontro dos dois (acho que vocês entenderam o que os encontros significam);
A parte 3 (Tudo o que você tem é o modo como vive) é quando Billy descobre a identidade do assassino e vai ao seu encontro para um confronto final, não sem antes tentar entender seus motivos.

Todos os personagens são muito bem construídos. Dean Koontz é um excelente autor que consegue fazer o texto fluir sem se tornar cansativo. A todo o momento ele faz um desvio na linha do pensamento e nos conta um pouco sobre o passado de Billy, sobre o seu relacionamento com Barbara, sobre o bar onde ele trabalha, seus parceiros de trabalho e amigos. A leitura em momento algum se torna cansativa, talvez devido ao fato de ser recheada de diálogos (muito bem escritos, por sinal).

O título do livro não poderia ser mais adequado. “Velocidade” é um daqueles livros que você não consegue parar de ler. Os capítulos são curtos e sempre terminam com um gancho, o que faz com que aquele “Só vou ler mais um capítulo” se torne praticamente eterno.

Dean Koontz está na ativa desde meados dos anos 60, mas infelizmente não é muito conhecido aqui no Brasil. Inúmeros de seus livros já foram adaptados para o cinema, sendo o mais recente baseado em sua série de livros “Odd Thomas”, que fala sobre um jovem capaz de ver e se comunicar com os mortos. Lançado em 2013, veio para o Brasil sob o título de “Estranho Thomas” e conta com Anton Yelchin (Star Trek, Burying the Ex) no elenco.

Fica aqui minha singela homenagem ao autor e meu pedido de que mais livros sejam traduzidos, com preços mais acessíveis!

 

Informações Técnicas

velocidade

Título: Velocidade

Autor: Dean Koontz

Editora: Nova Fronteira

Páginas: 383

Ano: 2005

Nota: 5/5

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