[Resenha] Jurassic World

Fui uma criança extremamente retraída. Gostava de ficar em casa, sozinho, com meus brinquedos favoritos, que se resumiam a dinossauros de borracha. Tinha vários deles, o grandão com mãos pequenas que comia os outros, o pescoçudo, o com espeto nas costas e o com três chifres em sua fronte. Aquilo era mágico pra mim, saber que no mundo já caminharam criaturas tão legais e selvagens.

Foi com essa cabeça que assisti quando criança ao filme ‘Parque dos Dinossauros’, a empolgação foi um amalgama de sentimentos. Medo, tristeza, adrenalina e muita felicidade. Jurassic Park sempre será pra mim e pro cinema um marco. Os brinquedos de borracha se foram, assim como minha vontade juvenil de ser arqueólogo ou de sonhar ser possível encontrar alguns daqueles meus amigos que via vez ou outra também nos infinitos filmes do “Em busca do Vale Encantado.”

Veio a continuação e apesar de saber que não é nem de perto um filme tão bom quanto o primeiro, tem cenas icônicas. Sim, um T-Rex em uma cidade é algo extremamente divertido e galhofa de se assistir. O que categorizaria o segundo filme como um pipocão, não como um clássico. Já a terceira obra, bem, poderia ter sido extinta junto com nossos amigos de milhões de anos.

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O primeiro grande mérito do Jurassic World é a reverência que ele faz ao grande clássico de 94 e se você o mantém ainda fresco na memória, o filme ganhará proporções de uma verdadeira caça ao tesouro, não só por sua estrutura básica, mas por diversos elementos espalhados e citações de personagens da primeira história.

Ver o parque aberto era o sonho de muitos espectadores. E está tudo lá, replicando atrações que realmente existem em nosso mundo, como os espetáculos do Sea World e até uma fazendinha de dinos em miniatura. Disney teria bastante inveja.

Os dinossauros também são um espetáculo a parte, não inovam, nem corrigem o primeiro filme. Nada de penas e isso é bem contextualizado. O plot em si evolui com a premissa básica. Maior, melhor e mais apavorante e é quando tudo sai do controle. Engenharia genética é abraçada e o primeiro dinossauro híbrido nasce, com habilidades muito maiores do que imaginadas. Só daí da pra ver como a obra se torna uma alegoria para a própria indústria do entretenimento, fazendo uma crítica a mesma. Bem irônico sabendo que ele bateu a semana de estreia de Vingadores em número de público.

O roteiro em si tem muitos problemas, mas o espetáculo que passa na tela é tão empolgante que apenas os mais chatos darão bola para isso. Eu por exemplo, só passei a enxergar melhor essas falhas alguns dias depois de refletir sobre o que assisti, já que sai do cinema querendo entrar na próxima sessão.

Visualmente o filme não inova como o clássico, mas se mantém na linha. Trocando de maneira sutil os mecatrônicos pela computação gráfica. É o modo Spielberg ‘turabarônico’, trabalhando mais o clima do que jogando modelos virtuais na sua cara, criando uma boa estória de monstro à solta. Aliado a isso o carisma de Chris Pratt, transformam a obra em um filme bem divertido.

JW Mundo Freak

Jurassic World é a verdadeira continuação do filme de 94, em sua premissa e realização não há melhoras significativas, e nem esse era o objetivo. É divertido e se torna ainda mais quando você tem fresco o primeiro na cabeça, que permanece com o título de clássico imbatível. Olonga abre as portas desse parque temático para uma nova geração, que garanto, sairá deslumbrada no cinema, assim como eu me senti quando criança vendo aqueles meus amigos na tela, que hoje não mais me acompanham.

 

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