[Resenha] Poltergeist – O Fenômeno

É excepcional poder assistir um filme na presença de pessoas queridas que gostam do seu trabalho e ainda sim garantido pela nossa parceria com o Taberna Cultural. A noite foi bem legal e pudemos acompanhar um dos maiores clássicos do terror oitentista refilmado para o público contemporâneo.

Mas a pergunta que provavelmente você está fazendo nesse momento é: Será que o filme vale ser assistido no cinema? Muito provavelmente se já não tiver pulado todo o texto e ido para o parágrafo de conclusão ou buscando uma possível nota pelo espetáculo (o que sinto dizer, não vai conseguir encontrar por aqui) esse é seu objetivo.

Independente de tentar representar a experiência que tive ontem com uma arbitraria nota tirada da cartola, vou tentar repassar o que me surpreendeu e não surpreendeu com o filme. O que garanto, é que você deve julgar por sí mesmo se deve ou não ir pro cinema assistir Poltergeist – O Fenômeno (2015).

A primeira coisa a chamar a atenção são as referências a obra clássica. O filme está cheio! E mesmo não seguindo canonicamente o original, até mesmo em piadas e tiradas rápidas notamos alguns elementos que tanto nos marcaram do clássico. E se você lembra deles, com certeza sua experiência será diferente de quem assistiu sem nem saber o que iria passar na telona.

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E isso nos faz refletir sobre a questão do papel do remake para a industria hoje em dia. Será que vale a a pena repassar o mesmo filme para os dias atuais? A resposta com esse novo filme é: NÃO! Pois apesar de flertar bastante com os mesmos elementos, a condução da história, personalidades e até alguns personagens são bem diferentes nessa versão moderna. Os produtores sentiram uma necessidade de atualizar o filme para os dias atuais.

A famosa cena da TV por exemplo, deu combustível para que num mundo onde hoje vivemos conectados, os espíritos que formam o evento utilizam todas as tecnologias possíveis e imagináveis. Brinquedos, sistemas de segurança, celulares e até automóveis. E nisso damos aí talvez o primeiro escorregão do filme.

Na primeira metade do longa, um ambiente de terror é montado. Uma típica família com problemas financeiros se mudam para uma casa em um bairro baixa-renda para recomeçar a vida. Dentro dessa casa, as crianças desde os primeiros minutos de filme já notam alguns fenômenos diferentes e até a garotinha principal, que vai ser o ponto chave para o andamento da história, começa a conversar com amigos imaginários.

Tudo nesse plot faria imaginar que seria mais um filme genérico de terror, com sustos a dar com o pau e cena final de exorcismo. E para a minha surpresa e talvez para todos naquela sala que perceberam isso, da metade para o final o filme abraça a fantasia, beirando a um filme Disney aventuresco.

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Mas vamos lá, caso acredite ou não em fantasmas ou espíritos magoados, pela ciência isso tudo é fantasia, correto? Mas a pegada dos filmes dessas últimas décadas foi abordar muito mais um realismo e uma verossimilhança com o mundo real. Eles se levam a sério! Atividade Paranormal, Sobrenatural, O exorcismo de Emily Rose, Invocação do mal e etc… Todos eles se propõe a seguir regras de supostos casos reais e essa é a tendência. Mas dentro de Poltergeist, você vai além. Quase como se fosse um filme dos anos 80 gravado com os efeitos de hoje em dia. Se isso é bom ou ruim, vai depender da sua expectativa.

Essa inconsistência pode e vai incomodar os expectadores mais atentos. Piadas feitas em má hora, conversa fiada entre os personagens que não levam a lugar nenhum, explicações bocós a lá Interestelar (sério, Hollywood levou a sério a expressão “Não entendeu? Quer que eu desenhe?”) e até um romance (?) se desenvolve. Ficou claro que muitos desses elementos distoantes foram colocados para tentar agradar TODOS os públicos. Os que querem terror vão ter suas doses de sustos, o humor deixará o clima menos tenso e até o romance poderão agradar algumas meninas que acompanharão seus namorados.

Outra escorregada é o raso desenvolvimento dos personagens, a maioria ali apenas representam personagens genéricos e que apenas respondem ao que o roteiro quer. Suas reações e decisões são uma grande muleta para a história. Os dois que se salvam são os carismáticos filhos mais novos Griffin e Madison, que conseguem ser o epicentro da história sem compromete-la.

Poltergeist está longe de ser um filme ruim, mas longe de se comparar ao clássico no qual foi inspirado. Os problemas vão incomodar aos mais chatos, mas aqueles que forem assistir com descompromisso vão se divertir. Abraçar a Fantasia não é ruim, talvez tenha sido uma decisão até ousada nos dias atuais, mas querer agradar todos os públicos não parece ser o melhor dos caminhos.

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