(Resenha) Dracula Untold

Acabei de chegar do cinema para ver a estréia aqui nos Estados Unidos do novo filme que promete conquistar os fãs de vampiros: Dracula Untold. Antes de ver o filme, fiquei admirado pela Universal Pictures ter dado a direção deste filme ao irlandês Gary Shore. Inexperiente (ele só havia dirigido curtas metragens em sua terra natal, a Irlanda, além de diversas peças publicitárias), foi uma aposta para dar sangue novo ao mercado. Obviamente todo mundo tem que começar de alguma forma, mas eu acho que um pouco mais de experiência em filmes “menores” o teria feito bem.

Com 70 milhões de dólares de orçamento, o filme tem o objetivo de resgatar o real mito do vampiro, após sermos agredidos com a imagem de seres purpurinados e afetados que fariam Bram Stoker se revirar no túmulo. Por isso mesmo, a ideia do roteiro (assinado por Mart Sazama e Burk Sharpless) é recontar a origem de um dos mais famosos personagens da literatura de terror: Dracula. Aliás, estes mesmos roteiristas estão trabalhando juntos no filme “Deuses do Egito” que deve estreiar no verão de 2016. Aguardemos.

O filme trás de volta parte da lenda do conde Vlad Tepes que, no filme, é rei da Transilvânia. Um ponto positivo é que, quando o chamam de Dracula, eles traduzem corretamente o significado deste título: O Filho do Dragão. Ele tem um passado obscuro quando lutou ao lado dos turcos, mas tentava reconstruir a vida ao lado de sua família e deu seu povo. O Império Turco era muito maior e poderia esmagar os súditos de Vlad em um sopro. Um dia ele recebe uma exigência dos turcos que ele julgou impossível de atender e, assim, percorreu o caminho à escuridão para vencer seus inimigos e proteger sua mulher e filho. Se eu falar mais do que isso, estarei dando spoilers.

dracula untold

O filme possui muitos pontos positivos, mas no geral deixa a desejar. Eu não fui ao cinema esperando um novo “Entrevista com o Vampiro“, mas acho que as cenas de batalha poderiam ter sido melhor construídas. Fiquei com a sensação de que faltou algo e acho que foi um pouco de combates que empolgassem, mas também um enredo melhor construído. No final as coisas pareceram fáceis demais. Faltou construir melhor os conflitos. Acho que o filme poderia ter sido maior (e melhor).

Ainda tenho forte na memória das cenas do ótimo Dracula de 1992, com o ótimo Gary Oldman (a quem conheci no clássico de minha adolescência, Sid & Nancy). Acho que um outro filme que, de uma forma diferente, contaria a mesma história, deveria de alguma forma surpreender. Não foi o que aconteceu. Nas atuações, Luke Evans (Dracula) Sara Gandon (Mirena) não convencem. O que tem uma performance um pouco melhor é Dominic Cooper, que faz o papel do rei turco Mehmed. Luke deveria estar com a cabeça na trilogia de O Hobbit, onde interpreta o herói Bard, para ter feito um trabalho tão displicente neste filme.

Tive outra decepção: ao que parece haverá uma continuação. Eu acho meio chato essa nova onda dos meus vizinhos de Hollywood de não conseguirem contar uma história em um filme apenas. Sempre há a necessidade de uma trilogia. O mesmo ocorre na literatura, mas isso já é uma outra história para um outro post.

Minha avaliação final é a de que, sabendo destas limitações, é um filme razoável e uma boa diversão se não tiver nada melhor, mas deixa muito a desejar. Se o dinheiro estiver curto, economize ou gaste-o em outra coisa. Na verdade só fui vê-lo por dois motivos: para escrever esta resenha e por que os filmes que eu realmente quero ver apenas estreiam na semana que vem.

Em uma história já contada tantas vezes e de tantas formas diferentes, a obra não cumpriu o que seu título promete e não traz nada que já não tenha sido contado. A inexperiência do diretor e dos roteiristas é evidente, mas eles não são os únicos culpados. A Universal perdeu uma chance de ouro de reviver um mito e conquistar novos fãs, mostrando o que é um vampiro de verdade. Não conseguiram. O que restou, no final, foi um gosto amargo na boca semelhante ao sabor do sangue de inocentes que antes eram vitimados por Dracula e hoje são extorquidos nas salas de cinema.

Veja abaixo o trailer:

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